sexta-feira, 9 de março de 2012

Reboot, o doloroso recomeço de viver

Será, mesmo, humanamente impossível ser feliz no amor e nos negócios? Será, mesmo, que aproveitar as sensações oferecidas pela vida é ser feliz amando e sendo amado para depois sofrer com a perda? Não amar é triste mas, amar também é doloroso, por mais que isto soe como roteiro de novela mexicana.

Estive, nos últimos tempos, sofrendo inúmeros abalos profissionais e, consequentemente, financeiros. Pensei em inúmeras soluções, remendos e saídas, resisti, até destriur completamente minha auto-estima, até o final.

Muitas vezes eu chorei de desespero, me senti sozinho e vencido por uma batalha sem mais causas, sem mais destinos, sem mais motivação. No meio disso tudo, lá estava ele, o amor, que sempre que podia dividia comigo sua força e suas esperanças.

Com o passar do tempo, eu acabei vivendo em função dele, como se esperasse pelo médico que viesse aplicar mais uma dose daquela solução milagrosa no moribundo. Eu era feliz, mas somente enquanto estava próximo do amor. O resto. O resto era somente um amontoado de escombros.

No meio do lixo e dos pedaços de vidro resgatados da vala sem fundo que virou a minha alma, encontrei forças para pedir ajuda aos meus pais. Deus é sábio e meus pais, graças a esse mesmo Deus bom e incompreensível, estão sendo peças fundamentais na reconstrução de mim. Juntos, estão me ajudando a me recompor, pouco a pouco começo a lembrar de quem eu realmente era ou, pelo menos, parte disso.

Já ouvi, várias vezes, o ditado que diz que "do fundo do poço é possível ver o céu". Jamais eu havia chegado tão perto do fundo, jamais imaginaria que aqui seria tão gelado e, mesmo que eu vivesse cercado de pessoas, tão solitário.

Um qualquer que estiver lendo esta descrição de mim poderá pensar milhares de coisas depreciativas ao meu respeito ou uma única solução para o meu caso: ajuda médica. Saiba que eu também já pensei nisso, mas é inerente à tristeza querer ficar sozinho e, talvez, esperar que alguém possa lhe ajudar. Médicos parecem distantes demais de mim.

Agora, no exato momento que escrevo estas linhas, estou decidido a começar tudo do zero. Peguei um pouco da força oferecida pelos meus pais e já me sinto disposto a me reerguer e, finalmente, fazer um reboot nisso que eu não consigo continuar como está: minha vida. Aí entra outro detalhe: deixar o amor para trás.

Reiniciar a minha vida significa voltar para a minha cidade, abandonar a profissão que outrora escolhi e começar aquela outra onde, realmente, me sinto bem. Tudo novo, tudo novo denovo. E o amor? Este eu terei que deixar onde se sente bem, ao lado de sua família, em sua cidade, nos caminhos que lhe são importantes.

O amor, sabe, como disse antes, dói. Essas horas, sinto algo balbuciando no peito. O amor é cego, sim. É brega. Te deixa idiota. Este é o tal amor. Dizem que triste é quem nunca o conheceu, mas será que nós que o conhecemos conseguimos ser realmente felizes? É prudente escolhermos o profissional ao amor? Dizem que "entre o que mais queremos agora e o que mais queremos na vida devemos escolher para a vida, porque o agora passa e a vida sempre continua".

Ainda assim, jamais esquecerei você. A gratidão é o menor dos sentimentos que tenho neste momento, o maior deles, certamente, é o motivo que me fez escrever tudo isso que está acima: o amor, o amor que tenho por você.

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